A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one. (George R. R. Martin)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Maratonas Literárias #3

Tempo de Carnaval significa mais uma maratona semanal :) 
Mas desta vez, e porque a ocasião é especial, juntei o útil ao agradável e decidi participar não numa, mas em duas maratonas literárias! (Isto é completamente viciante!)

Descobri que existe no Facebook um grupo (Maratonas Literárias: Viagens (In)esperadas), coordenado pela Catarina (Sonhar de Olhos Abertos) e pela Silvana (Por Detrás das Palavras) que organiza maratonas temáticas com uns desafios bem interessantes. 

Portanto, resumindo a situação, o plano é o seguinte:


A 42ª Maratona Literária (de equipas) tem início às 00:00 do dia 1 de março e termina às 23:59 do dia 9 de março. Desta vez calhou-me em sorte a equipa da Cata e o desafio opcional, visto estarmos no Carnaval, é ler livros que tenham como cenário uma das cidades carnavalescas mundialmente famosas (Veneza, Nova Orleães ou qualquer uma do Brasil).


A Maratona Literária: Viagens (In)Esperadas de março tem início às 00:00 do dia 3 de março e termina às 23:59 do dia 9 de março. Esta é uma maratona individual que terá desafios diários ao longo da semana. Como desafios, e visto que é uma semana de acontecimentos, existem dois:
  • Ler livros escritos por autores que usaram pseudónimos (uma forma de assinalar o Carnaval, visto que estes autores usam “máscaras” para nos dar a conhecer as suas palavras);
  • Ler livros escritos por autoras e em que as personagem principal seja uma mulher (como forma de assinalar o dia da Mulher que se comemora a 8 de março).

Como eu sou horrível a cumprir planos, a ideia é terminar The Constant Princess (Philippa Gregory) (que se encaixa perfeitamente no desafio autora/personagem feminina) e pegar em Interview With The Vampire (Anne Rice) ou Fantasy Lover (Sherrilyn Kenyon) (para o desafio da cidade carnavalesca.
(Quem sabe isto corre mesmo muito bem e até sou capaz de ler os dois...). 

Será desta que levo um plano até ao fim? 

Boas Leituras ;)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Passeios pelo Mundo Virtual #1

Ao viajar por vários blogs que sigo deparei-me com vários passatempos e pensei que era uma boa ideia ir divulgando o que me desperta a atenção. E nada melhor que um passatempo para abrir esta nova etiqueta ;)

O blog da Clarinda, Ler é Viver, está a comemorar o terceiro aniversário durante este mês de março. Para assinalar a data, está a decorrer um passatempo que tem a sorteio um livro (como não podia deixar de ser), alguns marcadores e uma carteira bem engraçada :)


Eu já deixei a minha participação! E vocês? 

Vamos lá participar ;)

Boa sorte a todos ;) 
(E claro boas leituras!)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

TAG: O Livrofone


Andava eu muito entretida a passear por vários blogs quando me deparei com esta TAG no Blog de um tal José que achei muito engraçada. 
Apesar de não ter sido tagueada, não resisti a responder :)


1. Chamada perdida: um livro que não conseguiste acabar de ler.
Normalmente faço um esforço por terminar os livros que inicio. O único que me lembro de não ter terminado foi A Vida num Sopro de José Rodrigues dos Santos.


2. Chamada a três: a personagem que mais te fez rir, aquela que mais odeias e aquela que adoras.
Ultimamente a personagem que adoro e que mais me faz rir é Tyrion Lannister (As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin). Não me lembro assim de nenhuma que odeie, no verdadeiro sentido da palavra, mas há umas quantas que me irritam e com as quais embirro. Assim de repente vem-me à memória Bella Swan (Twilight Saga, de Stephenie Meyer) especialmente no segundo livro, Lua Nova (New Moon). Durante muitos anos embirrei com Draco Malfoy (Harry Potter, de J. K. Rowling) mas com o final da série acabei por compreendê-lo e gostar dele... A personagem que adoro é o Capitão Gualdim (O Último Conjurado, de Isabel Ricardo). Talvez tenha existido um Zorro português...

3. Facturas: o preço mais caro que já pagaste por um livro.
Assim de repente só me lembro de O Inverno do Mundo de Ken Follett... Paguei perto de 30€ pelo livro!

4. Interferências: um livro no qual fizeste uma pausa e ao qual voltaste passado algum tempo.
Apesar de ser uma autora que eu adoro, e de ter sido um dos livros que mais gostei, levei quase um ano a ler A Revolução da Mulher das Pevides de Isabel Ricardo.

5. Voice Mail: um livro com frases que estás sempre a dizer.
Não tenho muito hábito de apanhar frases de livros, mas algumas da série Harry Potter vão acompanhar-me sempre...

6. Toque de chamada: um livro que gostarias de ler e reler várias vezes.
Esta é muito óbvia... Já li e reli todos da série Harry Potter (J. K. Rowling) e O Último Conjurado (Isabel Ricardo) (agora que penso nisso, há muito tempo que não leio nenhum destes livros...).

7. Sem rede: um livro que demoraste muito a conseguir.
Curiosamente foi Harry Potter e o Cálice de Fogo (J. K. Rowling). Já o tinha lido lido várias vezes, e tinha todos os restantes quando finalmente comprei este livro.

8. Videochamada: uma personagem que gostavas que existisse.
Só uma? Não consigo escolher só uma entre estas! (E já exclui umas quantas...)
Gostava de conhecer o professor Dumbledore, o Capitão Gualdim e Tyrion Lannister

9. Smartphone: livro físico ou ebook?
Apesar de ter mergulhado no mundo dos ebooks desde que tenho tablet e de cada vez mais optar por este formato por vários motivos, sem dúvida que os livros físicos têm aquela magia...

10. Número não disponível: um livro que estás reticente em ler mas que todos já leram.
Parece que toda a gente já leu a trilogia Divergente, de Verónica Roth. Não consigo decidir se quero realmente ler estes livros ou não...

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert


Toda a gente falava do livro. Nas ruas de Nova Iorque, eu não podia deambular em paz, não podia fazer jogging nas alamedas do Central Park sem me cruzar com transeuntes que me reconheciam e exclamavam: ≪Oh, é Goldman! É o escritor!≫ Por vezes acontecia alguns tentarem correr para me acompanharem e fazerem as perguntas que os intrigavam: ≪O que diz no seu livro e verdade? Harry Quebert procedeu realmente assim?≫ No cafe de West Village que eu frequentava, certos clientes não hesitavam em sentar-e à minha mesa para falar comigo: ≪Estou a ler o seu livro, Sr. Goldman: não consigo parar! O primeiro já era bom, mas este então! Pagaram lhe mesmo um milhão de dólares para o escrever? Que idade tem? Só trinta anos? Trinta anos! E já amealhou tanto dinheiro!≫ Até o meu porteiro, que eu via avançar na leitura do livro sempre que eu entrava no prédio, acabara por me deter demoradamente em frente do elevador, depois de terminada a leitura, para me confiar o que lhe ia no coração: ≪Então, foi mesmo isto que se passou com Nola Kellergan? Que horror! Mas como se chega àquele ponto? Hem, Sr. Goldman, como é possível?≫
Toda a cidade de Nova Iorque se apaixonava pelo meu livro; fora publicado há duas semanas e já prometia ser o livro mais vendido do ano no continente americano. Toda a gente queria saber o que acontecera em Aurora em 1975. Falava-se dele em todo o lado: na televisão, na rádio, nos jornais. Eu tinha apenas trinta anos e com este livro, que era simplesmente o segundo da minha carreira, tornara me o escritor mais famoso do país.
O caso que agitava a América, e ao qual fora beber o essencial da minha narrativa, eclodira alguns meses antes, no início do Verão, quando foram encontrados os restos mortais de uma jovem desaparecida trinta e três anos antes. Foi assim que teve início a série de acontecimentos que aqui serão relatados, e sem os quais a pequena cidade de Aurora teria certamente continuado a ser desconhecida no resto da América.

Foram estas as palavras que me despertaram interesse quando um dia, após ter esbarrado com prateleiras cheias com este livro por diversas vezes em várias livrarias, decidi pegar-lhe e ver de que se tratava afinal esta verdade. Percebi que era o policial que eu andava a aguardar ansiosamente, depois de ter ficado completamente rendida a Stieg Larsson. Tinha tudo para ser um livro que me ia prender do início ao fim e que ia devorar em menos de nada. 

Ao começar a leitura, percebi que havia uma característica interessante e diferente: os capítulos eram numerados por ordem decrescente e fiquei intrigada. Imaginei que iriam decerto haver saltos no tempo ao longo de todo o livro, o que ainda me deixou mais curiosa. 

Realmente as primeiras cem, duzentas páginas foram devoradas, mas a partir daí a leitura começou a arrastar-se e a tornar-se monótona. Começaram a repetir-se conversas entre os personagens, se bem que com alterações de contexto e situações, e parecia que a ação não avançava. 

Depois, são evidentes os erros de tradução. Será que alguém reviu o livro antes de este ser publicado?! A falta de palavras em algumas frases é por demais evidente e torna-se estranha. 

A narrativa em si é interessante, o modo como está estruturado também e a reviravolta dos últimos capítulos apanhou-me completamente de surpresa, mas penso que tudo isto teria sido igualmente interessante num livro com menos páginas, o que se traduziria em menos repetições e saltos no tempo (perdi a conta às viagens entre 1975 e 2008, com outras paragens pelo meio, muitas delas a acontecimentos anteriormente descritos em que apenas mudava o narrador).

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Maratonas Literárias #2

Terminou a primeira maratona de 2014!


O plano inicial era ler estes dois livros, e um correspondia ao desafio proposto (ler um livro, no caso da equipa em que fiquei, de capa verde).

O balanço final é, de certo modo positivo:
- 260 páginas de Marina (completo)
- 373 páginas de A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert (desafio)

No entanto, continuo com o problema das maratonas anteriores: não consigo cumprir os planos traçados. :( 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Marina


Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.
Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. Amigos, companheiros, professores e até a polícia lançaram-se na busca daquele fugitivo que alguns já julgavam morto ou perdido por ruas de má fama como num lapso de amnésia.
(…)
Não sabia então que o oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca.
Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.

É com estas palavras que Ruiz Zafón nos transporta a uma Barcelona no início de 1980 na companhia do Óscar e nos apresenta Marina, a sua amiga.

Com o toque de génio, numa escrita simples e ao mesmo tempo profunda que já tinha conhecido em A Sombra do Vento, este livro voltou a agarrar-me desde as primeiras páginas e foi difícil de largar até conhecer o desfecho destas personagens. 



A premissa era simples: um rapaz que conhece uma rapariga, tornam-se inseparáveis e vivem uma aventura numa Barcelona perdida algures no tempo no final da década 1970. Quando comecei a ler vi rapidamente umas quantas semelhanças com A Sombra do Vento, mas este livro é em tudo diferente desse. Se por um lado temos na mesma um adolescente como protagonista, toda a restante ação e desenvolvimento têm lugar num outro universo. As semelhanças podem estar lá noutros momentos, mas a magia desta narrativa é completamente diferente e o seu desfecho foi, para mim, algo imprevisível. Se por um lado, devido, não só ao título do livro, mas também às primeiras frases que nos apresentam Marina, estava subentendido que o destino de Marina era um tanto ou quanto incerto, e apesar de lá pelo meio haver uma luz do que poderia vir a acontecer, confesso que ao chegar ao final e perceber o que realmente sucedia fiquei algo surpreendida, mas são estes pequenos pormenores que fazem com que estas estórias passem de "vulgares" a especiais. Percebo perfeitamente quando Ruiz Zafón afirma que de todos os livros que publicou este é um dos seus preferidos.



Classificado, muitas vezes, como uma estória para crianças, para mim vai muito para além disso. É um livro que apaixona qualquer adulto! Recomendo, absolutamente, a leitura desta estória arrebatadora, que mistura a realidade e fantasia em diversos aspetos e que muitas vezes nos deixa a pensar nesta frase inicial e no seu significado...