A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one. (George R. R. Martin)

sábado, 8 de novembro de 2014

Misery



Porque o argumento e o momento crucial da intriga de Carros Velozes implicava o acidente muito grave de Tony Bonasaro no seu último e desesperado esforço para escapar à Polícia (o que conduzia ao epílogo, o interrogatório de Tony, no seu quarto de hospital, efectuado pelo parceiro do falecido tenente Gray), Paul tinha entrevistado um certo número de vítimas de acidentes de estrada. E havia obtido sempre a mesma resposta. As formas diferiam, em verdade, mas no fim de contas chegava sempre ao mesmo ponto: Recordo-me de ter entrado na viatura, e recordo-me de ter acordado aqui, mas de nada do que se passou entre esses dois tempos.
Porque infelicidade não lhe acontecera a ele o mesmo?
Porque os escritores se lembram de tudo, Paul. Em particular o que os faz sofrer. Põe um escritor em pelo, dá-lhe voltas a todas as cicatrizes, e ele contar-te-á em pormenor a história da mais pequena delas. As grandes estão na origem dos romances, mas não a amnésia. É da maior utilidade ter um pouco de talento para se tornar escritor, mas a única coisa absolutamente indispensável é a capacidade de se lembrar da origem da menor cicatriz.
A arte é a persistência da memória.

Depois de me ter rendido à fantasia, de devorar policiais e thrillers e de ter passeado um pouco pelo suspense e sobrenatural, tinha de experimentar o terror... 
E nada melhor que o mestre Stephen King para estreia!

Já há algum tempo que tinha curiosidade em ler qualquer coisa deste senhor e depois de uma pesquisa percebi que este era um dos melhores cotados e também daqueles que mais me recomendaram...

Fiquei completamente rendida! A escrita é simples e fluída e prende-nos de tal forma que damos por nós a temer a próxima conversa entre os protagonistas ou a desejar que ele se consiga libertar da prisão em que ela o mantém. 
Amei, na parte inicial (onde é mais visível), os parágrafos começados com os pensamentos Paul mas que depois seguiam os de Annie e mais tarde voltavam a Paul, sempre com assuntos completamente diferentes mas ligados entre si.

O final, apesar de ser um tanto ou quanto previsível, transporta-nos a uma cruel realidade e fica-se a pensar até que ponto uma pessoa pode viver traumatizada após enfrentar situações de perigo extremas. 

Sem dúvida, um livro cinco estrelas e um autor que merece que lhe dê mais "tempo de antena" por aqui, o que se traduz em mais leituras ;)

Recomendo!

6 comentários:

  1. Como já sabes, fico muito contente que o livro tenha alcançado as tuas expectativas :D
    E sem dúvida que o autor merece mais tempo de antena :P Parece até que a Bertrand está a apostar novamente nele :)

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    1. Tu estavas com um certo receio que eu não gostasse ;)
      Vou investigar qual será o próximo :p

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  2. Este livro foi uma das minhas leituras de Outubro e gostei bastante da história e principalmente da vilã. A Annie é uma das melhores vilãs que já li. Mas ainda não fiquei muito convencida com a escrita do Stephen King, no entanto ainda quero ler mais umas coisinhas para tirar as minhas dúvidas. E vou seguir algumas das recomendações do José, e acho que vou ler o Sr Mercedes em breve.
    Boas leituras =)

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    1. A vilã está muito bem conseguida. Também gostei muito dela.
      O José é uma boa influência no que diz respeito a Stephen King ;)

      Beijinhos

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  3. Tenho imensa curiosidade em ler esse livro..
    Espero gostar..
    Beijinhos*

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    1. Nunca tinha lido nada do género e gostei bastante :)
      Aconselho!

      Beijinhos

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